Estilista considerado o arquiteto da costura - Cristóbal Balenciaga


O purista e classicista Balenciaga era um homem discreto, exigente e de uma elegância refinada. Era um dos poucos estilistas que sabia cortar e costurar com perfeição. Considerado o grande mestre da alta-costura, o espanhol Cristóbal Balenciaga era uma espécie de arquiteto da costura. A base de sua arte estava na solidez de suas linhas clássicas. Ele acreditava na continuidade do seu trabalho através da temporalidade da moda.
O "belo Balenciaga", como também era chamado, criou várias silhuetas para a mulher, brincando com as proporções e as cores, sempre com resultados surpreendentes.
Em 1915, abriu sua primeira casa de costura em San Sebastian, cidade próxima à sua. Seu sucesso não demorou a chegar e, em pouco tempo, se transferiu para Madri. Em 1936, decidiu se mudar para Paris e, em agosto do ano seguinte apresentou sua primeira coleção. Nesta década de 30, Balenciaga já havia ganhado a fama de melhor costureiro da Espanha. Entre 1936 e 1937, mudou-se para Paris.
Dez anos antes do “New Look” de Dior, que viria revolucionar a moda da época, as criações de Balenciaga começaram a atrair as damas da sociedade e atrizes famosas para sua maison, que ficava no número 10 da avenida George 5º, em Paris.
A experiência adquirida em alfaiataria permitia que o espanhol não só desenhasse seus modelos, mas também os cortasse, armasse e costurasse, o que não é comum aos estilistas, que em geral apenas desenham suas criações.
A perfeição nas proporções conseguida por Balenciaga em seus modelos aproximava sua arte da arquitetura. Considerado o grande mestre da alta-costura, seu estilo elegante e severo, às vezes dramático, tornaram inconfundíveis suas criações.
As cores que usava nesta época eram sóbrias, como tons de marrom escuro, porém ganhou, posteriormente, fama de colorista.
Em 1939, lançou o corte de manga com a aplicação de um recorte quadrado e uma linha de ombros caídos, com cintura estreita e quadris arredondados. 
No ano seguinte, apresentou o seu primeiro vestidinho preto, com busto ajustado e quadris marcados por drapeados, além de abrigos impermeáveis em tecidos sintéticos.
Em 1942, as jaquetas largas e as saias evasês compunham a chamada “linha tonneau”. 
O primeiro paletó-saco e os redingotes com mangas-quimono surgiram em 1946.
Suas coleções de 1947 e 1948 tiveram inspiração espanhola, com elegantes vestidos e boleros de toureador para a noite.
Seu primeiro perfume, “Fruites des Heures” foi criado em 1948.
Em 1949, fez mantôs muito largos e, em 1950, vaporosos e retos, além do vestido-balão.
Na década de 50, Balenciaga apresentou lã tingida de amarelo-vivo e cor-de-rosa.
Balenciaga viveu o auge de sua fama e criação durante os anos 50, começando em 1951, mudando a silhueta feminina ao eliminar a cintura e aumentar os ombros, num talhe muito acentuado.
Em 1955, criou o vestido-túnica e, em 1956, subiu as barras dos vestidos e casacos na frente, deixando-as mais compridas atrás, além do primeiro vestido-saco. Em 1957, apresentou o vestido-camisa. 
A linha “Império” foi criada em 1959 e veio com a cintura alta para os vestidos e os mantôs em forma de quimonos.
Durante os anos 60, Balenciaga criou casacos soltos, amplos, com mangas-morcego e, em 1965, apresentou os primeiros impermeáveis transparentes em material plástico.
Sua última coleção foi lançada na primavera de 1968 – ano em que se aposentou e fechou sua maison – e mostrou jaquetas largas, saias mais curtas, vestidos-tubo e muitas cores.
Desde 1997, o francês Nicolas Ghesquière cuida da criação da marca, que foi comprada pela poderosa Gucci em julho de 2001.

Frase de inspiração do estilista:
"Não acrescente detalhes inúteis a um vestido. Não coloque uma flor simplesmente porque você tem vontade de fazê-lo, mas para indicar o centro da cintura, o ponto final de um desenho."
(Chistóbal Balenciaga)

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