A Pequena Notável:
Maria do Carmo Miranda da
Cunha nasceu em Portugal (9/2/1909), veio ainda criança para o Brasil e, ao se
instalar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, logo ganhou um novo
nome: Carmen, referência à ópera de Bizet, uma das paixões de seu pai. Com o
passar do tempo, o talento para a música começou a se manifestar e não demorou
muito para que ela ficasse conhecida em todo o país.
“Carmen não era apenas uma
intérprete. Ela fazia um espetáculo inteiro acontecer, além de ser muito
autêntica. Tudo isso nos anos 1930 e 1940, em que a moda estava contida, mais
séria”, afirma João Braga, professor de história da moda, da Faap.
O que é que a baiana tem?
A originalidade da artista
ia além da sua voz e do seu jeito de cantar inconfundível. A baiana estilizada
virou sua marca registrada, além de inspiração para os estilistas até os dias
de hoje. “Foi ela quem criou as
plataformas, que podem ser vistas atualmente entre as tendências de
moda”, lembra Paulo Borges, diretor do SPFW, evento que homenageou a cantora em uma de suas edições.
Sandálias: Só dessas sandálias, ela
tinha cerca de 500 pares, todos customizados e altíssimos.
Turbante: O turbante decorado também é
outro acessório marcante da diva. Visionária, vaidosa e com pouco mais de 1,50
m de altura, ela fazia dos seus apetrechos aliados para ganhar alguns
centímetros a mais e fazer o público grudar os olhos no palco.
Pulseiras: As pulseiras grossas, finas,
coloridas e metalizadas com os colares de bolas também eram essenciais para o
figurino de Carmen, pois ajudavam a ampliar os seus movimentos ao dançar.
Sua Moda e seu Estilo:
Carmen Miranda nunca seguiu
a moda. Usava o que favorecia seu visual no palco e seu tipo físico. As
plataformas de 20cm e os turbantes tropicais davam-lhe um pouco mais de altura
– tinha 1,52cm. Sentava à maquina de costura para criar pensando apenas nela
mesma. “Se as mulheres, depois, resolvem me copiar, tudo bem. Nada tenho contra
– até gosto”, dizia. Seus figurinos, pesados e estampados, entretanto,
ajudaram-na a alcançar notoriedade. Carmen ditou moda.
A máquina de costura era
como uma grande amiga. Bordava até de madrugada. "É uma verdadeira
terapia. Acalma meus nervos. Se me sentar à máquina, já com um vestido bem
bolado, sou a criatura mais feliz do mundo", garantia.
Ainda adolescente,
empregou-se em lojas. Ajudava com a decoração das
vitrines, atendia no balcão e também trabalhava na costura, nos bordados e na
fabricação de chapéus com a contramestra Madame Boss, aprendizado que mais
tarde seria aproveitado nos shows e filmes. Carmen criava as roupas que usava,
eventualmente com ajuda dos figurinistas dos estúdios de Hollywood. Também
preferia bijuterias a jóias, usava muitas pulseiras e colares de cores e
materiais diferentes, estabelecendo tendências. Por volta de 1933-1934, já
lançava a moda dos casaquinhos e encomendava a um sapateiro do Catete as
primeiras plataformas da história. antiga. A baiana tornou-se o traje nacional
graças à Carmen.
A Pequena Notável criou uma
identidade bem brasileira, sensual, fascinante e colorida. Nos Estados Unidos,
inspirou chapeleiros internacionais, vitrines na Quinta Avenida e mulheres de
todos os tipos. Diziam que ela havia desbancado costureiros franceses como Dior
e Chanel.
A figura marcante de Carmen
Miranda é até hoje continuamente revisitada. Alexandre Herchcovitch, Icárius,
as marcas Salinas, Rosa Chá, Sta. Ephigênia, além de Carlos
Tufesson e Napoleão Lacerda são alguns dos que se inspiraram na artista para
criar suas coleções – até mesmo Madonna declarou Carmen como sua influência.
Tema da São Paulo Fashion Week em janeiro de 2009, com exposição de seus
objetos e figurinos, ela é hoje uma fonte fashion onde não param de beber nomes
e grifes importantes da moda.
Carmen Miranda era uma etilista genial. Ela inventou o turbante e os saltos plataformas. Infelizmente, assim como aconteceu com Santos Dumont, o pai da aviação, com o tempo a contribuição dela para o mundo da moda vai sendo ignorada e eliminada dos livros de história e revistas internacionais. Há décadas a imagem de Carmen vem sendo sistematicamente "queimada" por alguns críticos, mau humorados e elitizados. Ela é descrita como uma artista menor, extravagante, embora ninguém até hoje tenha conseguido imitá-la com perfeição. Carmen popularizou os sapatos plataformas em razão de toda a popularidade que tinha como a estrela mais bem paga de Hollywood nos anos 1940. Camen nunca patenteou essas invenções, porque a prioridade dela era cantar e exibir suas criações. E ela fez isso muito bem em 15 filmes, programas de TV e shows. Segundo depoimento de Aurora Miranda, irmã da cantora, Carmen criou os sapatos plataforma por necessidade. Ela era baixinha e queria conciliar maior estatura sem abrir mão do conforto. Na década de 1930, ainda no Brasil, Carmen teve a ideia de adaptar para o dia a dia dela, com a ajuda de um sapateiro, os saltos inteiros usados até então apenas por deficientes, para dar equilíbrio e ajudar na locomoção de pessoas com pernas de comprimento diferentes.
ResponderExcluirCarmen Miranda era uma etilista genial. Ela inventou o turbante e os saltos plataformas. Infelizmente, assim como aconteceu com Santos Dumont, o pai da aviação, com o tempo a contribuição dela para o mundo da moda vai sendo ignorada e eliminada dos livros de história e revistas internacionais. Há décadas a imagem de Carmen vem sendo sistematicamente "queimada" por alguns críticos, mau humorados e elitizados. Ela é descrita como uma artista menor, extravagante, embora ninguém até hoje tenha conseguido imitá-la com perfeição. Carmen popularizou os sapatos plataformas em razão de toda a popularidade que tinha como a estrela mais bem paga de Hollywood nos anos 1940. Camen nunca patenteou essas invenções, porque a prioridade dela era cantar e exibir suas criações. E ela fez isso muito bem em 15 filmes, programas de TV e shows. Segundo depoimento de Aurora Miranda, irmã da cantora, Carmen criou os sapatos plataforma por necessidade. Ela era baixinha e queria conciliar maior estatura sem abrir mão do conforto. Na década de 1930, ainda no Brasil, Carmen teve a ideia de adaptar para o dia a dia dela, com a ajuda de um sapateiro, os saltos inteiros usados até então apenas por deficientes, para dar equilíbrio e ajudar na locomoção de pessoas com pernas de comprimento diferentes.
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