A Alta Costura - O artesanato de luxo que veste mulheres de elite

No post de hoje do ‘’Por Dentro da Moda’’ falo um pouco mais sobre a história da alta costura. Confiram um pouco mais sobre este conceito, o qual começou em Paris, onde a alta costura é considerada o berço. Com poucos modelos e regras em relação a seus requisitos, mais com toque de elegância e sofisticação. Espero que gostem!     

O conceito de alta-costura surgiu em meados do século XIX em Paris, na França, por iniciativa do inglês Charles Frederick Worth. Este costureiro modificou o conceito de moda a partir do momento em que começou a confeccionar coleções a seu gosto que depois apresentava às senhoras da sociedade. 
Até então, a norma era as clientes definirem previamente como desejavam a roupa. Worth inovou ao apresentar os modelos, cabendo às clientes a escolha apenas do tecido. Assim, Charles Worth impôs o seu ideal de beleza e elegância. A partir dessa altura, os alfaiates passaram a ser criadores de moda.
Durante a segunda metade do século XIX, a alta-costura impôs-se definitivamente no mundo da moda, dominando também no início do século XX, numa altura em que o estilista mais conceituado era o francês Paul Poiret.
Durante e após a Primeira Guerra Mundial, a francesa Coco Chanel assumiu-se como a referência máxima da alta-costura. Durante a década de 30 apareceram diversas casas dedicadas à alta-costura, entre as quais se destaca a também francesa de Christian Dior.
Nos anos 60, a importância da alta-costura começou a entrar em declínio, ao ser ultrapassada pelo pronto-a-vestir, um tipo de vestuário mais informal e mais acessível.
Atualmente, a alta-costura deixou de ser um fator económico com relevância na moda, representando em finais do século XX pouco mais de cinco por cento do total das vendas. 
No entanto, continua a deter muita força a nível publicitário, pois é através dos modelos de alta-costura que as casas de moda publicitam as suas propostas.
Uma roupa para ser considerada de alta costura tem que preencher os requisitos que estão nos estatutos da “Chambre Syndicale de la Couture Parisienne”  (Federação Francesa de Costura), que foi fundada em Paris no ano de 1885 com a finalidade de proteger a criação dos estilistas das cópias. Para pertencer a esse seleto grupo, mais conhecido como maisons, algumas normas devem ser observadas:

  •  A roupa tem que ser original e desenhada  por alguém da equipe fixa da casa;
  • Os moldes têm que ser feitos dentro do atelier;
  • Uma casa de alta costura não pode ter menos do que 20 funcionários especializados registrados;
  • A marca tem que apresentar, obrigatoriamente, duas coleções por ano;
  • A coleção não pode ter menos do que 75 modelos;
  • As roupas têm que ser apresentadas sobre, no mínimo, três modelos vivos (e não sobre cabides ou modelos de gesso) para mostrar que vestem bem tipos diferentes de pessoas;
  • As roupas devem ser feitas à mão;
  • As roupas têm que ser numeradas e só podem ser produzidas para clientes, sob medida;
  • A sede da maison precisa ter, ao menos, 5 andares e dispor de um espaço para desfile.
Segundo Durand, a Alta Costura é o artesanato de luxo que veste mulheres de elite. As clientes são geralmente esposas, filhas ou outras parentes de grandes homens de negócios, políticos ou membros das altas cúpulas do Estado. Em geral famílias socialmente mais ativas que mantém calendários mais repletos de festas, viagens, recepções e cerimônias. DURAND, (1989, 47). A Alta Costura começou a existir em países onde houve nobreza de tradição e vida de corte que costumava definir os termos de refinamento, de maneiras e de exclusividade social. A Alta Costura vestia também mulheres de alta burguesia que acabam se misturando a nobreza pelo casamento, frequentando os mesmos lugares e os mesmo s costureiros.”

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